quarta-feira, 24 de março de 2010

5ª Paragem – Esposende, Ofir e Apúlia

Enquanto nos dirigíamos para Ofir, pelo caminho fomos acompanhamos por uma belíssima paisagem de onde nos foi possível observar a Ribeira das Pombas.




Quando chegamos a Esposende, deparamo-nos com uma restinga – acumulação de areia ligada à faixa litoral por uma das suas extremidades e com outra livre.



Em Ofir, podemos observar esporões - construções artificiais para regularizar os ritmos de abrasão e deposição marinha em determinados locais da costa, para protecção de pessoas e bens. Destinam-se a evitar o efeito abrasivo sobre a linha de costa.


Por fim, dirigimo-nos para a Apúlia, onde nos foi possível ver dunas brancas. Estas dunas são bastante frágeis devido á fragilidade da sua vegetação e também das próprias dunas. Mas, por outro lado, têm bastante resistência ao mar.



4ª Paragem – Serra d'Arga

A próxima paragem foi em Serra d'Arga. Pode-se dizer que Serra d’Arga emerge entre as margens do rio Lima e do rio Coura. Trata-se de um grande maciço de granito de grão grosseiro que se eleva abruptamente dos terrenos xistentos que o rodeiam, destacando-se de muito longe pela sua forma.




Serra d’Arga é atravessada por inúmeros regatos e rios que nas suas zonas mais elevadas nascem. Fantásticas foram as paisagens que nos foi permitido observar ricas em andaluzites e hematites a par das marmitas de gigante.


É de referir que foi nesta quarta paragem que se deram o maior número de quedas por parte dos alunos.

3ª Paragem – Paredes de Coura

O tempo dado a esta terceira paragem foi reduzido, em comparação com todas as outras. Mas mesmo assim observámos coisas bastante interessantes. Mais concretamente, paramos em Rubiães, uma freguesia de Paredes de Coura.



A igreja de S.Pedro foi algo que nos chamou bastante à atenção. Esta igreja está classificada como Monumento Nacional desde 1913.

2ª paragem – Frades


Em Frades, foi-nos possível observar vestígios da existência de uma derrocada. Esta derrocada simplesmente corresponde a um movimento de massa – são movimentos de rochas numa zona vertente provocados por vários factores como por exemplo a erosão e a gravidade.



Enquanto observávamos a paisagem da derrocada, o professor foi-nos dando algumas informações. Uma delas foi o facto de um factor que terá contribuído para a derrocada foi a existência de um contacto geológico entre rochas graníticas e xisto.



Outra informação que conseguimos captar foi a existência de esquilos naquela zona, uma vez que as pinhas estavam roídas sendo isto, uma actividade praticada unicamente pelos esquilos.

Quanto à derrocada, terá provocado cerca de 4 mortes e destruiu habitações. Teve assim um grande impacto na sociedade e no ecossistema.



1ª Paragem – Arcos de Valdevez

A primeira paragem foi em Arcos de Valdevez, uma vila portuguesa no Distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região do Minho-Lima. Estivemos em contacto com o Rio Vez que , no momento se encontrou sereno e calmo.O Rio Vez está localizado na falda da Serra do Soajo no Parque Nacional da Peneda-Gerês, Portugal.






Este rio atravessa a terra de Arcos de Valdevez onde se realizou o famoso Torneio de Arcos de Valdevez que está na origem da Independência de Portugal. Principal afluente do Rio Lima, na margem direita. Pertencente à bacia hidrográfica do rio Lima e à região hidrográfica do Minho e Lima.




As águas deste rio são ricas em truta, facto que atrai numerosos entusiastas na época da pesca. Como prova disso, enquanto passeávamos pelas suas margens, observamos um peixe morto e calculámos que será uma truta.

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Aula de campo "Ocupação Antrópica e Risco Geológico"


Dia 11 de Março de 2010


Durante esta aula de campo, tivemos oportunidade de visitar 5 locais (Arcos de Valdevez, Frades, Serra d'Arga, Ofir e Apúlia). Em Arcos de Valdevez, estivemos em contacto com o rio Vez em diferentes fases. De seguida dirigimo-nos para Frades onde observamos a derrocada que acontecera naquele local. A Serra d'Arga foi o próximo local onde estivemos. Durante este percurso fizemos várias paragens para observação de aspectos relevantes da geologia desta região. Antes do regresso a Fafe, ainda visitamos a linha costeira de Ofir e da Apúlia.

Propriedades físicas dos minerais

Propriedades físicas dos minerais

Cor dos minerais


A cor é a propriedade mais óbvia na observação de minerais. Muitos minerais têm uma cor constante, designando-se de minerais idiocromáticos (figura 1).Outros minerais não apresentam cor constante, como por exemplo, o quartzo que pode ser incolor, branco ou róseo, entre outras cores. Estes minerais com cor variável chamam-se de alocromáticos.





Risca ou traço

A cor do mineral quando reduzido a pó corresponde à risca ou traço. Esta propriedade é importante na identificação de minerais, pois apesar a cor do mineral poder variar, a risca, normalmente, mantém-se constante, podendo, em certos casos, ser diferente da própria cor do mineral. A risca pode ser facilmente determinada friccionando o mineral sobre uma placa de porcelana fosca, muito dura.




Brilho

O brilho consiste no efeito produzido pela qualidade e intensidade de luz reflectida numa superfície de fractura recente do mineral.
Os minerais podem ter brilho metálico, reflectem a luz de um modo semelhante ao dos metais polidos, e brilho não metálico ou vulgar.




Clivagem e fractura

A tendência de um mineral partir segundo direcções preferenciais, desenvolvendo superfícies de ruptura planas e brilhantes, denomina-se de clivagem.
A fractura acontece quando os minerais se desagregam em fragmentos com superfícies mais ou menos irregulares, sem direcção privilegiada.




Dureza
A dureza consiste na resistência que o mineral oferece à abrasão, ou seja, a ser riscado por outro mineral ou por determinados objectos. Esta propriedade é normalmente avaliada em relação à dureza de outros minerais. A determinação da dureza dos minerais é usualmente feita em relação aos termos da escala de Mohs.




Fontes: http://www.netxplica.com/

Reflexão: Estas características ajudam-nos a identificar os minerais e a classificá-los, mediante vários critérios, os dados fornecidos por estes parâmetros tornam-se essenciais para o estudo da crusta terrestre e no entendimento do plano geológico em que estamos inseridos.

terça-feira, 23 de março de 2010

Rochas Sedimentares

Rochas Sedimentares

O volume que as rochas sedimentares ocupam na constituição da crosta é de apenas 5%. No entanto, este tipo de rochas cobre uma extensa superfície, ocupando mais de 75% da área dos continentes. Além da utilização de materiais sedimentares para o fabrico de cimento, muitas outras rochas sedimentares são recursos importantes no fabrico dos mais diversos produtos, como, por exemplo, o vidro e as peças de olaria.

O processo de formação das rochas sedimentares está intimamente ligado à origem, transporte e deposição dos materiais que as constituem. Estes materiais foram transportados pela água, pelo vento ou pelo gelo, sendo posteriormente depositados. Os ambientes onde pode ocorrer a formação de rochas sedimentares são os mais variados.


Ambientes de Formação




As rochas sedimentares, como já sabes, são registos excepcionais das condições existentes no passado à superfície da Terra, no momento da sua formação. Usando as evidências fornecidas por estas rochas, os geólogos podem realizar "viagens" ao passado geológico da Terra.

A história de uma rocha sedimentar começa com a formação dos materiais que a vão constituir. Muitas das rochas que se encontram expostas à superfície terrestre estão, frequentemente, em desequilíbrio com o meio, já que se formaram em condições muito diferentes daquelas a que presentemente estão sujeitas.


Génese das Rochas Sedimentares

Deste modo, agentes como a água, o vento e os seres vivos alteram ao longo do tempo as várias rochas que a eles estão expostas. Essas rochas ficam sujeitas a processos físicos e químicos que provocam a sua alteração, sendo este mecanismo denominado genericamente por meteorização. Após a meteorização ocorre a erosão, ou seja, dá-se a remoção, normalmente seguida de transporte das partículas resultantes da meteorização. Essa remoção e transporte é fundamentalmente feita através da água e do vento, e as partículas ou fragmentos são designados genericamente por detritos ou clastos.

A duração do transporte depende do peso dos detritos e da velocidade do agente transportador. Durante este processo os materiais continuam a ser alterados e erodidos, tornando-se cada vez mais arredondados e pequenos, o que permite ao geólogo perceber a duração do transporte e a força do agente que o realizou.





Os detritos, quando a velocidade do agente transportador diminui, acabam por se depositar, devido ao seu próprio peso, constituindo sedimentos, sendo o processo denominado sedimentação.

Originam-se assim camadas sucessivas e sobrepostas de materiais sedimentares, que, como já sabes, formam os estratos. A estratificação é a disposição em camadas, inicialmente paralelas e horizontais, dos materiais que constituem as rochas sedimentares.

Após a deposição, os sedimentos experimentam um conjunto de fenómenos físicos e químicos que transformam os sedimentos soltos em rochas sedimentares coesas, sendo este mecanismo designado por diagénese.

Se as condições de sedimentação se mantiverem, os sedimentos vão sendo cobertos por novos materiais que se depositam. Devido à compressão provocada pelo peso dos materiais que se encontram nas camadas superiores, os sedimentos tornam-se mais compactos e expulsam a água que contêm.

A compactação acentua a estratificação e certos minerais tabulares podem começar a ficar alinhados devido à pressão que suportam. Os espaços vazios ainda existentes entre os sedimentos podem ser preenchidos por substâncias resultantes da precipitação de materiais dissolvidos na água de circulação. Essas substâncias constituem um cimento e vão ligar os sedimentos, formando-se uma rocha sedimentar coesa (agregada ou consolidada).

De acordo com a natureza dos sedimentos, podem considerar-se três grupos de rochas sedimentares:

rochas sedimentares detríticas,
rochas sedimentares quimiogénicas (de origem química)
rochas sedimentares biogénicas (bioquímicas)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Obras de arte que protegem a linha de costa



A situação na faixa litoral é verdadeiramente calamitosa. Esta situação tem levado, nos últimos tempos, a intervenções, que, muitas vezes, ao invés de solucionarem os problemas resultantes do avanço do mar, em consequência do aquecimento qlobal da Terra, apenas os têm agravado ou deslocado para outros locais. Também a falta de granulados que ficam retidos nas barragens ou são retirados para a construção civil têm contribuído para o avanço do mar na faixa costeira.
É nessa tentativa que têm sido construídas ao longo da costa obras de protecção. Essas obras são de três tipos:

· obras transversais à linha de costa, como os esporões (Groins);
· construções paralelas aderentes à linha de costa, como os paredões (sea wall);
· destacadas, como os quebra-mares (Breakwater).

Fonte: http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/Home/geologia-problemas-e-materiais-do-quotidiano/zonas-costeiras


Reflexão: Neste post abordamos as obras de intervenção na faixa litoral. Para preservar as praias, o que actualmente é essencial. A utilização de esporões, paredões e quebra-mares são as intervenções mais eficazes e mais utilizadas pela sociedade na actualidade.

domingo, 21 de março de 2010

Fenómenos Antrópicos (Obras de Intervenção na faixa litoral)

A ocupação humana das zonas costeiras faz-se, frequentemente, de forma desordenada, devido a uma procura cada vez maior das zonas de litoral, em especial as praias, como destino turístico e de lazer. Esta procura conduz à edificação em arribas, em zonas de praias, e à construção de infra-estruturas, como marinas, destinadas a albergar embarcações de recreio, ou à construção de grandes portos de mar, para trocas comerciais. Esta acção desregrada provoca alterações nos ciclos de abrasão e deposições marinhas que potenciam o risco geológico de desabamento de casas e edificações. Em Portugal são poucos os locais costeiros que passaram incólumes a esta ocupação; no entanto, a costa algarvia e a costa Norte são os exemplos mais preocupantes. Só um ordenamento cuidado da costa permite a gestão eficaz dos seus recursos de forma sustentada e duradoura. A aprovação e implementação de planos de ordenamento da orla costeira permitirão corrigir, através da demolição de construções, todos os erros cometidos num passado recente, diminuindo o risco de perdas humanas e materiais.
Por vezes é necessário recorrer a construções artificiais para regularizar os ritmos de abrasão e deposição marinha em determinados locais da costa, para protecção de pessoas e bens. Essas construções, de que se destacam os esporões e os paredões, destinam-se a evitar o efeito abrasivo sobre a linha de costa (paredões) ou o arrasta-mento de sedimentos e areias (esporões). Infelizmente, a construção destas obras protegem uns locais mas agravam a situação nas zonas costeiras próximas desses locais, conduzindo à necessidade de novas medidas de protecção nessas zonas, numa espiral infindável de intervenções de protecção. Actualmente, muitos geólogos e organizações defendem a redução ao mínimo ou mesmo a eliminação destas construções de protecção, argumentando que deve ser o Homem a respeitar a dinâmica normal do litoral.

De entre os fenómenos provocados pelo homem salientam-se:
• o agravamento do efeito de estufa provocado pelo excesso de CO2 e outros gases em consequência da queima de combustíveis fósseis e da desflorestação. Este incremento na quantidade de gases provoca o aumento da frequência e intensidade dos temporais e o aumento da temperatura do nosso planeta, como consequente fusão das massas geladas e a expansão térmica da água dos oceanos.
• A ocupação da faixa litoral com estruturas de lazer e de recreio, bem como a implementação de estruturas de pesadas de engenharia;
• a diminuição da quantidade de sedimentos que chegam ao litoral em consequência da construção de barragens nos grandes rios; a destruição de defesas naturais, como a destruição das dunas devido ao pisoteio, a construção de habitações, o arranque da cobertura vegetal e a extracção de inertes para a construção civil.

sábado, 20 de março de 2010

Formas de Deposição ( I )

Canais anastomosados ou entrelaçados (braided channels). Ocorrem em zonas baixas e aplanadas, onde as águas podem correr vigorosamente através de múltiplos canais. (Fotos, Nuno Correia, Agosto 2008)

Nas praias podem ocorrer lagunas ou mares temporários e elevações. As costas apresentam um perfil típico, com cristas e patamares que se relacionam com os diferentes níveis de marés. Uma costa pode elevar-se sobre o nível do mar, em qualquer fase do seu desenvolvimento, e converter-se assim num relevo terrestre, ocupando uma posição determinada relativamente à linha de costa e, ao mesmo tempo, originando-se uma nova linha de costa como resultado da emersão. As costas assim originadas designam-se praias levantadas ou terraços marinhos e estão relacionadas com anteriores níveis do mar, no Quaternário. É de notar que, nos tempos actuais, não são de facto praias, pois já não são submetidas à acção das ondas e das correntes, embora sejam erodidas e destruídas por outros agentes. As praias levantadas são uma resposta a movimentos de elevação (movimentos epirogénicos) de uma massa continental próxima do litoral. As restingas ou cordões litorais são acumulações de materiais com ligação à faixa litoral e uma extremidade livre e encurvada. O desenvolvimento destes cordões nos estuários pode levar à formação de lagunas, que, muitas vezes, acabam por ser assoreadas. As ilhas-barreira estabelecem-se com a formação de um cordão de areia paralelo à costa e com instalação de uma laguna.




As lagunas são um dos tipos de ambientes na interface terra-mar. As lagunas ou bacias parálicas são entidades deprimidas, geralmente pouco profundas, e parcialmente fechadas ao mar por uma barreira. Um tal obstáculo pode ser de areia, os mais comuns, recifal, nos litorais intertropicais ou, mais raramente, rochoso. A comunicação com o mar, temporária ou permanente, é feita através de vaus, que, no caso das barreiras arenosas, podem fechar e abrir ou migrar para um lado ou para outro. À semelhança dos estuários, também muitas lagunas, entre elas, as do nosso litoral, evoluíram em relação com a transgressão flandriana. São o resultado da evolução de estuários que foram posteriormente fechados por um cordão arenoso, como, por exemplo, as lagoas de Albufeira, Óbidos, Santo André e Melides. A Ria de Aveiro é outra laguna que podemos definir como um vasto corpo de água confinado por longo cordão de areia, com a particularidade de conter no seu interior o delta do rio Vouga.
Outras são sistemas complexos de ilhas-barreiras, como a Ria Formosa, ou de Faro-Olhão. Embora pequenas, são ainda lagunas a Ria de Alvor e a Barrinha de Esmoriz.
Na costa de Portugal continental, desenvolvem-se extensos cordões litorais, como, por exemplo, na região de Aveiro, onde houve lugar para a formação de uma laguna e não de uma ria como vulgarmente é conhecida. A laguna de Aveiro é um tipo particular de laguna e designa-se por haff-delta. Do mesmo modo, em Faro-Olhão, formaram-se cordões litorais, que acabaram por levar à formação de uma laguna e não de uma "ria".


Casas típicas da Costa Nova de Aveiro. Ocupação antrópica da ilha-barreira, na foz do rio Vouga. (Fotos, Nuno Correia, Agosto 2008)


A laguna de Aveiro é um tipo particular de laguna e designa-se por haff-delta .

"Ria é uma velha palavra portuguesa que significa esteiro ou grande rio, não havendo razão para desaconselhar o seu uso no caso português. Os nomes das nossas rias de Aveiro, Faro-Olhão e Alvor são muito anteriores ao sentido que foi atribuído e divulgado por F. von Richthofen (1886) às rias galegas. Por influência do geógrafo alemão e seus continuadores, as rias de Aveiro e de Faro-Olhão, passaram então a ser referidas, por alguns autores, como Haff-deltas ou, simplesmente, Haff, termo alemão que significa laguna."
Galopim de Carvalho.
Para além de outras estruturas anamórficas e no que se refere ao litoral de Portugal, existem os tômbolos, de Peniche e do Baleal e as restingas mais ou menos desenvolvidas, enraizadas no extremo sul das fozes de todos os rios portugueses do Minho ao Mira. As lagunas podem ser de água salobra, salgada ou hipersalgada, consoante a quantidade relativa de água doce que, eventualmente, recebam por via pluvial e fluvial, e de água do mar que, de tempos a tempos, as invada.


Fonte: http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/Home/geologia-problemas-e-materiais-do-quotidiano/zonas-costeiras

Reflexão: Existem várias formas de depositação como aquelas que abordamos neste post : praia, restinga, baía, tômbolo, laguna e ilha-barreira.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Formas de Deposição



As formas de acumulação de sedimentos ao longo das costas incluem praias, restingas, ilhas-barreira, tômbolos . Nas praias com acumulações predominantemente de areias de grão fino e grosso, o movimento oscilatório das ondas marinhas provoca como que ondulação dos materiais arenosos. As praias são constituídas por acumulação de materiais transportados pelo mar, resultando de uma interacção entre a litologia, a forma da costa e a dinâmica das ondas. Os materiais detrítícos são submetidos a uma selecção granulométrica, à medida que se afastam do litoral. Assim, os materiais de maior dimensão, como blocos, seixos e areias, são transportados e atirados para a praia, predominantemente, por rolamento e saltação.

Selecção granulométrica dos sedimentos. (Coarser grains = sediementos grosseiros)
Os materiais mais finos, como argilas e silte, são transportados por suspensão, acabando por depositar e atapetar os fundos das baías com águas calmas, sem grandes correntes. As argilas podem manter-se em suspensão muito longe do litoral, acabando sempre por depositar nas grandes bacias oceânicas.

A marca resultante da acção das ondas sobre os depósitos arenosos designa-se por ripple mark. Em representação esquemática em plano e em corte, os ripple marks são constituídos por cristas e sulcos sensivel-mente paralelos, simétricos e mais ou menos regulares.
Em superfícies irregulares onde correntes acumulam sedimentos, como as marcas de ondulação, a estratificação forma-se segundo um ângulo com a superfície de acumulação, e o depósito de sedimento recebe a designação de estratificação cruzada

quinta-feira, 18 de março de 2010

Rochas Sedimentares

O volume que as rochas sedimentares ocupam na constituição da crosta é de apenas 5%. No entanto, este tipo de rochas cobre uma extensa superfície, ocupando mais de 75% da área dos continentes. Além da utilização de materiais sedimentares para o fabrico de cimento, muitas outras rochas sedimentares são recursos importantes no fabrico dos mais diversos produtos, como, por exemplo, o vidro e as peças de olaria.

O processo de formação das rochas sedimentares está intimamente ligado à origem, transporte e deposição dos materiais que as constituem. Estes materiais foram transportados pela água, pelo vento ou pelo gelo, sendo posteriormente depositados. Os ambientes onde pode ocorrer a formação de rochas sedimentares são os mais variados.

Ambientes de Formação



As rochas sedimentares, como já sabes, são registos excepcionais das condições existentes no passado à superfície da Terra, no momento da sua formação. Usando as evidências fornecidas por estas rochas, os geólogos podem realizar "viagens" ao passado geológico da Terra.

A história de uma rocha sedimentar começa com a formação dos materiais que a vão constituir. Muitas das rochas que se encontram expostas à superfície terrestre estão, frequentemente, em desequilíbrio com o meio, já que se formaram em condições muito diferentes daquelas a que presentemente estão sujeitas.


Génese das Rochas Sedimentares

Deste modo, agentes como a água, o vento e os seres vivos alteram ao longo do tempo as várias rochas que a eles estão expostas. Essas rochas ficam sujeitas a processos físicos e químicos que provocam a sua alteração, sendo este mecanismo denominado genericamente por meteorização. Após a meteorização ocorre a erosão, ou seja, dá-se a remoção, normalmente seguida de transporte das partículas resultantes da meteorização. Essa remoção e transporte é fundamentalmente feita através da água e do vento, e as partículas ou fragmentos são designados genericamente por detritos ou clastos.

A duração do transporte depende do peso dos detritos e da velocidade do agente transportador. Durante este processo os materiais continuam a ser alterados e erodidos, tornando-se cada vez mais arredondados e pequenos, o que permite ao geólogo perceber a duração do transporte e a força do agente que o realizou.



Os detritos, quando a velocidade do agente transportador diminui, acabam por se depositar, devido ao seu próprio peso, constituindo sedimentos, sendo o processo denominado sedimentação.

Originam-se assim camadas sucessivas e sobrepostas de materiais sedimentares, que, como já sabes, formam os estratos. A estratificação é a disposição em camadas, inicialmente paralelas e horizontais, dos materiais que constituem as rochas sedimentares.

Após a deposição, os sedimentos experimentam um conjunto de fenómenos físicos e químicos que transformam os sedimentos soltos em rochas sedimentares coesas, sendo este mecanismo designado por diagénese.

Se as condições de sedimentação se mantiverem, os sedimentos vão sendo cobertos por novos materiais que se depositam. Devido à compressão provocada pelo peso dos materiais que se encontram nas camadas superiores, os sedimentos tornam-se mais compactos e expulsam a água que contêm.

A compactação acentua a estratificação e certos minerais tabulares podem começar a ficar alinhados devido à pressão que suportam. Os espaços vazios ainda existentes entre os sedimentos podem ser preenchidos por substâncias resultantes da precipitação de materiais dissolvidos na água de circulação. Essas substâncias constituem um cimento e vão ligar os sedimentos, formando-se uma rocha sedimentar coesa (agregada ou consolidada).

De acordo com a natureza dos sedimentos, podem considerar-se três grupos de rochas sedimentares:

rochas sedimentares detríticas,
rochas sedimentares quimiogénicas (de origem química)
rochas sedimentares biogénicas (bioquímicas)

Fontes: http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/biologia-e-geologia-10%C2%BA/a-geologia-os-geologos-e-os-seus-metodos/rochas-sedimentares

Reflexão: A formação das rochas sedimentares envolve a meteorização e erosão, tranporte, sedimentação e por vezes diagénese e dependendo da natureza dos sedimentos as rochas sedimentares podem ser detríticas, quimiogénicas e biogénicas.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Características geológicas da acção do mar ( II )

Uma das maiores formas através das quais a água (rio ou mar) desgasta a rocha é por abrasão lenta. A areia e os calhaus transportados pelo rio geram uma acção trituradora que consegue desgastar até a rocha mais dura. No fundo de alguns rios, os calhaus e os seixos encontram-se em rotação no interior de cavidades no fundo do leito, como se de uma misturadora se tratasse, aprofundando-as e alargando-as. Estas cavidades são denominadas de marmitas de gigante e encontram-se em todos os cursos de água e também junto ao mar, na plataforma de abrasão, embora resultem mais do abatimento de algares do que da própria acção trituradora dos calhaus e seixos. Quando a água baixa, podemos observar estes calhaus e areias depositados no fundo das marmitas de gigantes expostas.


Imagem - Esquerda marmitas de gigante na plataforma de abrasão na Praia de Armação de Pêra. Direita, plataforma de abrasão com marmitas de gigante na Praia de Olhos de Água (Algarve. Portugal). No fundo da marmita é normal a presença de cascalho e areia. Tratam-se de pequenas áreas importantes para a formação de mini ecossistemas. É normal encontrar-se moluscos, crustáceos e por vezes mesmo pequenos peixes ficam aqui retidos.


Imagem - Lentamente os pequenos buracos (marmitas de gigante), vão-se fundindo e a plataforma de abrasão vai desaparecendo. Praia de Olhos de Água (Algarve. Portugal)
A erosão e a deposição de sedimentos conduzem a formas de relevo características, das quais se salientam as praias, resultantes da acumulação de sedimentos, e as arribas, resultantes da intensa erosão marinha. As arribas são faixas de litoral escarpado, muito íngreme, onde o efeito da erosão marinha se faz sentir de forma intensa. Este desgaste, a abrasão marinha, faz-se sentir, sobretudo, na base da escarpa em contacto com o mar, onde o material rochoso é retirado mais intensamente. Esta abrasão descalça a base da arriba, que, por acção do peso das camadas superiores, abate, originando no sopé da arriba um amontoado de blocos rochosos - a plataforma de abrasão. Durante um certo tempo, a plataforma de abrasão retém a abrasão e o desgaste do sopé da arriba até ao momento em que os blocos rochosos se desgastam e o processo de desgaste da base retoma o seu curso normal. A natureza do material rochoso, o seu grau de dureza e compactação, a orientação e posição dos estratos condicionam a velocidade da abrasão da arriba.


Imagem - Recuo da arriba. Na base encontram-se grandes blocos retardam a acção erosiva do mar. A abrasão faz-se sentir, sobretudo, na base da escarpa em contacto com o mar, onde o material rochoso é desgastado mais intensamente. Ela descalça a base da arriba, que, por acção do peso das camadas superiores, abate, originando no sopé da arriba um amontoado de blocos rochosos, a plataforma de abrasão. Durante algum tempo, a plataforma de abrasão retém a abrasão do sopé da arriba até ao momento em que os blocos rochosos se desgastam e o processo de erosão da base retoma o seu curso normal. A natureza do material rochoso, o seu grau de dureza e compactação, a orientação e posição dos estratos condicionam a velocidade da abrasão da arriba.

Imagem - Recuo da arriba


Se as costas são escarpadas e elevadas, a arriba é escavada, por ser sujeita à abrasão. A destruição da arriba será maior ou menor em função da litologia presente. Assim, uma arriba calcária é muito menos resistente à abrasão que uma arriba quartzítica. Na linha de costa, há intensas fases de mobilização e deposição de sedimentos, numa interacção de correntes fluviais e correntes derivadas da ondulação marinha. As condições de deposição na costa são mais favoráveis quando as correntes marinhas actuam sobre um superfície de fundo plana e coberta de sedimentos soltos e móveis.

Fonte: http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/Home/geologia-problemas-e-materiais-do-quotidiano/zonas-costeiras

Reflexão: Neste post, abordamos formas de erosão. As arribas que recuam à medida que aumenta a abrasão marinha. As praias e as dunas têm lugar quando o mar recua. No fundo de alguns rios, os calhaus e os seixos encontram-se em rotação no interior de cavidades no fundo do leito – marmitas gigantes.

terça-feira, 16 de março de 2010

Características geológicas da acção do mar ( I )

Quando é o mar que recua, o litoral diz-se anamórfico ou de acumulação, Têm aqui lugar a praia, em geral arenosa (mas às vezes cascalhenta), e as dunas. Na sequência desta regressão do mar, a arriba fica liberta da erosão das vagas, passando a evoluir em ambiente subaéreo, até adquirir um perfil de equilíbrio ditado pela sua natureza e pelas condições climáticas ambientais. Facilmente reconhecíveis na paisagem litoral, estes testemunhos de antigos litorais são considerados arribas fósseis.



Entre a Costa de Caparica e a Lagoa de Albufeira desenha-se uma destas relíquias (classificada como Paisagem Protegida, Dec.-Lei n.° 168/84, de 22 de Maio),razoavelmente preservada, entre os muitos exemplos existentes ao longo da costa portuguesa.


Imagens da Arriba fóssil, na região da Praia da Caparica, Almada (Portugal).(Fotos, Nuno Correia, Maio 2008)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Características geológicas da acção do mar



Formas de Erosão
As zonas costeiras ou zonas da orla marinha caracterizam-se por uma intensa actividade geológica provocada pelo mar. O movimento das ondas, a subida e descida rítmica do nível das águas resultantes das marés e as correntes marinhas resultantes do movimento das águas de uns locais para os outros da superfície da Terra provocam um profundo desgaste do material da superfície continental em determinadas zonas costeiras e a sua deposição noutros locais, por vezes muito distantes da sua origem.
O mar é o receptor final dos sedimentos gerados no continente e constantemente drenados para as bacias oceânicas. Calcula-se que apenas 10% dos sedimentos depositados no mar sejam efectivamente produzidos pelo próprio mar. A observação das linhas de costa permite apreciar o trabalho do mar sobre o litoral e formas de acumulação de sedimentos. Nas regiões costeiras, onde as massa rochosas, estratificadas ou não, penetram na água com forte inclinação, proporcionam-se as condições para a formação de escarpados. Com o decorrer dos tempos geológicos, regiões costeiras podem afundar-se ou, por outro lado, as águas marinhas elevarem-se e inundarem regiões anteriormente emersas.
Na linha de costa, existe sempre uma interacção de forças destrutivas, resultado da meteorização, erosão e, por outro lado, acções construtivas, por acumulação de detritos.



A acção do mar sobre o litoral é essencialmente mecânica e designada por abrasão. As ondas atacam essas regiões permanentemente, originando um pequeno escarpado nas rochas duras. Na sua base, forma-se um pequena plataforma rochosa que se inclina em direcção ao mar, situando-se abaixo do nível das águas. A acção do mar gera detritos que, posteriormente, podem vir a formar um terraço submarino. A presença de um escarpado elevado na linha de costa pode originar, por escavação das ondas, plataformas com solo rochoso na base do escarpado, que se denominam plataformas de abrasão.



Nau dos Corvos - Cabo Carvoeiro, Peniche - Portugal. (Fotos, Nuno Correia, Maio 2008)
As vagas, desencadeadas por acção do vento, transmitem até ao litoral a energia que dele recebem e têm a sua acção erosiva grandemente potenciada pelo efeito abrasivo dos materiais (areias, seixos, blocos) que põe em movimento. Em resultado desta acção formam-se os litorais de erosão, ou catamórficos, caracterizados por arribas, ou falésias alcantiladas, que recuam à medida que aumenta a plataforma litoral ou de abrasão marinha. Deste recuo restam como testemunhos pontas rochosas, promontórios ou cabos escarpados, muitas vezes prolongados mar adentro por pontuações igualmente rochosas (ilhéus, baixios, escolhos, abrolhos, calhaus, pedras, etc., nos diversos modos de dizer locais), com destaque para a Costa Vicentina e para os cabos da Roca, de S. Vicente, de Sagres e do Carvoeiro, com a conhecida e elegante Nau dos Corvos.

domingo, 14 de março de 2010

Problemas da ocupação antrópica

No entanto, estas zonas não são estáticas, mas muito dinâmicas. O litoral evolui, algumas formas modificam-se, mudam de posição, e outras aparecem e desaparecem. Actualmente, a dinâmica da faixa litoral é condicionada pela intervenção de fenómenos naturais e antrópicos.
Fenómenos Naturais

De entre os fenómenos naturais, aos quais o homem é completamente alheio e que, de uma maneira geral, não pode contrariar, anular ou modificar, destacam-se:
alternância entre regressões e transgressões marinhas, como a subida e a descida do nível médio da água do mar;
existência de correntes marinhas litorais variadas que, ao provocarem a erosão, o transporte e a deposição de sedimentos, condicionam a morfologia da costa.
A deformação das margens dos continentes, em resultado de movimentos tectónicos podem provocar a elevação ou o afastamento das zonas litorais.
Regressões e Transgressões marinhas. O que são?
A alternância de períodos glaciáricos e de períodos interglaciários ocorridos no planeta tiveram como consequência indirecta a modificação das linhas de costa, uma vez que durante os períodos mais frios (glaciações) uma quantidade importante de água é transferida do domínio oceânico para as calotes polares, ocorrendo uma diminuição do nível médio das águas do mar e um fenómeno inverso durante o período interglaciário. Quando se verifica o recuo do mar, diz-se que ocorreu uma regressão marinha.

Mostramos agora um exemplo de uma transgressão marinha :
O nosso mergulhador geólogo nos dias actuais, à medida que se afasta do continente vai encontrar cascalho (conglemerado), numa lagoa, onde a dinâmica é mais fraca, argila (mud), e na praia (beach), vai encontrar areia (sand). Se afastar-se da costa predominam os calcários (carbonate).

Se o nosso mergulhador fizer um furo no local onde está, do topo para a base vai encontrar : Calcários - Areia - Argilas - Cascalho.



Vamos continuar com o nosso mergulhador. Ele decidiu não sair do sítio. É verdade que o tempo geológico é longo, mas no nosso exemplo imaginário a quantidade de oxigénio também é muito grande.
1. Enquanto ele está no fundo de um rio ou de uma zona litoral, o sedimento que se deposita é essencialmente cascalho (gravel).
2. O nível do mar sobe. A linha de costa migra para o interior do continente, e onde era o rio agora formou-se uma lagoa. A dinâmica numa lagoa é muito baixa e depositam-se argilas. Bom, podem também depositar-se evaporitos (sal gema, por exemplo), com podemos observar na cidade de Aveiro.
3. O nosso nível do mar continua a subir e a linha de costa está agora uns bons quilómetros no interior do continente. Depositam-se agora as areias (sand).
4. Com o avanço da linha de costa, em consequência da subida do nível do mar, para o interior, depositam-se agora carbonatos.