quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dobra:

Deformação que ocorre nas rochas e que resulta do arqueamento de camadas rochosas, inicialmente planas, com comportamento dúctil, pela acção de tensões compressivas. Estas deformações podem ser macro ou microscópicas. As dobras formam-se no interior da crusta ou do manto de forma lenta e gradual, emergindo à superfície devido aos movimentos tectónicos e à erosão.
Os elementos de dobra, que caracterizam a geometria das dobras, são:
- os flancos, ou vertentes da dobra, porções de menor curvatura;
- a charneira, que corresponde à zona de convergência das camadas de cada flanco, ou seja, a linha que une os pontos de máxima curvatura de uma dobra;
- o núcleo, formado pelas camadas mais internas da dobra;
- o plano ou superfície axial, plano que contém as charneiras dos diferentes estratos dobrados, dividindo a dobra em dois flancos sensivelmente iguais:
- o eixo da dobra, que corresponde ao ponto de intersecção do plano axial com a charneira.









As dobras podem ser classificadas segundo a sua disposição espacial e segundo a idade das rochas que as constituem:
- De acordo com a disposição espacial das dobras, estas podem ser denominadas dobras antiforma, com concavidade voltada para baixo, dobras sinforma, com concavidade voltada para cima, ou dobras neutras, cuja abertura se orienta lateralmente (com eixo vertical).
- De acordo com a idade das rochas que as constituem, estas podem ser designadas por rochas anticlinais, quando as rochas mais antigas se encontram no núcleo da antiforma, ou por rochas sinclinais, quando as rochas mais recentes se localizam no núcleo da sinforma.








Numa dobra, a posição das camadas rochosas no espaço pode ser definida pela direcção e pela inclinação das camadas. A direcção da camada é dada pelo ângulo formado pela directriz (definida pela intersecção do plano da camada com o plano horizontal) com a direcção N-S geográfica dada pela bússola. A inclinação dos estratos, correspondente ao ângulo formado pela pendente (linha de maior declive) com o plano horizontal, é determinada com clinómetros.






NOTA: Para justificar que uma dobra é antiforma, sinforma ou neutra é preciso referir a orientação da concavidade. Ex: a uma dobra neutra pois a concavidade encontra-se virada para o lado esquerdo.

Reflexão: Entre as estruturas dobradas é frequente distinguir formações, originadas por erosão, denominadas domas, em que a parte central é ocupada pelos estratos mais antigos, e bacias ou cuvettes, em que a parte central é ocupada pelas camadas mais recentes. Quanto à simetria, as dobras, quando mantêm a espessura dos estratos, denominam-se isopacas; se os estratos se encontram deformados, as dobras denominam-se anisopacas.
O estudo de dobras e falhas assume particular interessa geológico, porque a sua caracterização contribui, por exemplo, para a compreensão e interpretação do relevo, para compreensão da história geológica de uma determinada área e para localização de estruturas geológicas de interessa económico.

Fonte:http://maisbiogeologia.blogspot.com/2009/04/deformacao-das-rochas-falhas-e-dobras.html

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