domingo, 21 de março de 2010

Fenómenos Antrópicos (Obras de Intervenção na faixa litoral)

A ocupação humana das zonas costeiras faz-se, frequentemente, de forma desordenada, devido a uma procura cada vez maior das zonas de litoral, em especial as praias, como destino turístico e de lazer. Esta procura conduz à edificação em arribas, em zonas de praias, e à construção de infra-estruturas, como marinas, destinadas a albergar embarcações de recreio, ou à construção de grandes portos de mar, para trocas comerciais. Esta acção desregrada provoca alterações nos ciclos de abrasão e deposições marinhas que potenciam o risco geológico de desabamento de casas e edificações. Em Portugal são poucos os locais costeiros que passaram incólumes a esta ocupação; no entanto, a costa algarvia e a costa Norte são os exemplos mais preocupantes. Só um ordenamento cuidado da costa permite a gestão eficaz dos seus recursos de forma sustentada e duradoura. A aprovação e implementação de planos de ordenamento da orla costeira permitirão corrigir, através da demolição de construções, todos os erros cometidos num passado recente, diminuindo o risco de perdas humanas e materiais.
Por vezes é necessário recorrer a construções artificiais para regularizar os ritmos de abrasão e deposição marinha em determinados locais da costa, para protecção de pessoas e bens. Essas construções, de que se destacam os esporões e os paredões, destinam-se a evitar o efeito abrasivo sobre a linha de costa (paredões) ou o arrasta-mento de sedimentos e areias (esporões). Infelizmente, a construção destas obras protegem uns locais mas agravam a situação nas zonas costeiras próximas desses locais, conduzindo à necessidade de novas medidas de protecção nessas zonas, numa espiral infindável de intervenções de protecção. Actualmente, muitos geólogos e organizações defendem a redução ao mínimo ou mesmo a eliminação destas construções de protecção, argumentando que deve ser o Homem a respeitar a dinâmica normal do litoral.

De entre os fenómenos provocados pelo homem salientam-se:
• o agravamento do efeito de estufa provocado pelo excesso de CO2 e outros gases em consequência da queima de combustíveis fósseis e da desflorestação. Este incremento na quantidade de gases provoca o aumento da frequência e intensidade dos temporais e o aumento da temperatura do nosso planeta, como consequente fusão das massas geladas e a expansão térmica da água dos oceanos.
• A ocupação da faixa litoral com estruturas de lazer e de recreio, bem como a implementação de estruturas de pesadas de engenharia;
• a diminuição da quantidade de sedimentos que chegam ao litoral em consequência da construção de barragens nos grandes rios; a destruição de defesas naturais, como a destruição das dunas devido ao pisoteio, a construção de habitações, o arranque da cobertura vegetal e a extracção de inertes para a construção civil.

0 comentários: